Matéria: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E EPISTEMOLÓGICOS DA PSICOLOGIA
Professora: RITA DE CÁSSIA MASKELL RAPOLD
Alunos: Ademar Rocha, Aridiane Souza, Asllan Caetano, Danilo Freitas, Débora Araújo, Joice Lopes, Juliana Oliveira e Priscila Tambuque.
Esta atividade tem como objetivo, fazer um breve resumo sobre as condições da Psicologia a nível de Brasil e de Bahia. Foram realizadas pesquisas e destes conhecimentos desenvolvemos um texto referente ao tema.
A Psicologia como ciência que estuda o homem e suas características sociais, tendo em vista seu vasto e diversificado campo de estudo, podemos seguramente afirmar que a história da psicologia se confunde com a história da vida humana, e que no Brasil, e na Bahia principalmente por ter sido local de descoberta e primeira Capital Nacional.
Característica psicológica já existiam no Brasil em um período pré-institucional, alguns fenômenos psicológicos eram oriundos da teologia, medicina, política, pedagogia e até da arquitetura, para quase toda atividade existia uma forma de psicológica de pensar e agir, o que não quer dizer que a forma como quem pensava na época, se importasse com a maioria pobre do país.
Com o passar dos anos, alguns temas foram surgindo, e possibilitando um desenvolvimento teórico para a forma de psicologia existente até então, emoções, sentidos, educação de crianças e adolescentes, características do sexo feminino, trabalho, adaptação as condições sociais e do ambiente, diferenças raciais e culturais, foram alguns dos aspectos sociais que mais contribuíram para as bases de um processo psicológico mais próximo do que temos hoje no Brasil e na Bahia. São encontradas referências sobre emoções e pratica de seu controle ou “cura”, geralmente em sermões de edificação ético-religiosa, de autores como Padre Vieira, entre outros. O conhecimento de “si” era o que prevalecia, a procura pelo autoconhecimento que ainda hoje esta em cada um de nós. O pensamento psicológico produzido no período colonial é de extrema importância para a compreensão da construção histórica da Psicologia no Brasil, pois explicita suas mais antigas raízes, muitas das quais referentes a assuntos que permaneceram em pauta, às vezes com profundas mudanças nas formas de abordagem e outras vezes mantendo, ao longo do tempo.
Segundo a psicóloga e escritora Mitsuko Aparecida Makino Antunes com o livro: A psicologia no Brasil: Leitura histórica sobre sua constituição (2003), O século XIX foi de grande importância para a estruturação da Psicologia brasileira. O Brasil deixava de ser colônia e passava a ser um Império, mesmo estando ainda submissa a exploração portuguesa, já existia uma autonomia relativa, as estruturações sociais se modificaram com o tempo se via menos escravos, os fazendeiros com o tempo perdem um pouco o poder, com a criação das Faculdades de Medicina da Bahia e Rio de Janeiro alguns estudantes se dedicavam exclusivamente ao estudo dos processos psicológicos. Segundo Pessoti (1988), são nestas instituições e escolas de formação do magistério que se inicia a formação de um saber psicológico brasileiro e moldes acadêmicos.
Em 1879 Wundt inaugura na Alemanha o primeiro laboratório de psicologia, na Universidade de Leipzig, em 1888 é assinada pela princesa Isabel no Brasil a Lei Áurea, em 1889 também no Brasil a proclamação da República, até que em 1890 Benjamin Constant permite a incorporação de disciplinas de psicologia no currículo de todas as escolas normais. Em 1890 o Hospício Pedro II se transforma no Hospital Nacional de Alienados, dirigido, a partir de 1903, por Juliano Moreira, em 1906 foi criado o primeiro laboratório de psicologia do Brasil. Essa linha cronológica demonstra o atraso que o Brasil teve em relação à psicologia cientifica, e demonstra também a necessidade, de um campo que pudesse dar uma explicação sobre os temas e problemas sócias do período, e da forma como a sociedade reagia à situação.
No começo do século XX, a psicologia no Brasil, no que se refere a ensino, estava praticamente às antigas escolas normais, como disciplina integrante dos currículos destinados à formação de docentes para as então chamadas escolas de ensino primário. Esse ensino tinha cunho principalmente teórico, não obstante a existência de laboratórios brasileiros de psicologia que teriam surgido no final do século XIX e nos primeiros anos do século XX. Pela importância que teve para o desenvolvimento da psicologia em São Paulo, merece mencionar o laboratório, fundado em 1912 por Clemente Quaglio, na Escola Normal da Praça da República, posteriormente designada Instituto de Educação Caetano de Campos.
Naquela época, quem quisesse se dedicar ao estudo da Psicologia na universidade deveria optar principalmente pelo curso de Pedagogia, cujo currículo incluía várias disciplinas de natureza psicológica, ou pelos cursos de Filosofia ou de Ciências Sociais, estes com menor carga de disciplinas psicológicas. Em 1958, por proposta de Annita de Castilho e Marcondes Cabral, que era professora contratada para reger a Cátedra de Psicologia do Curso de Filosofia da então, FFCL (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) da USP e que viria a ocupar a Cadeira nº 17 desta Academia, começou a funcionar naquela Faculdade aquele que acreditamos ser o primeiro curso de graduação em Psicologia no Brasil, criado por Lei Estadual aprovada em 1957. Com a duração de três anos, esse curso conferia aos que o concluíam o diploma de Bacharel em Psicologia, pois era de caráter predominantemente teórico e acadêmico e nenhum direito de natureza profissional outorgava ao diplomado.
História da psicologia e medidas psicológicas. Outra área pioneira, além da educacional, foi a da psicologia industrial. Por volta de 1924, várias atividades foram iniciadas, principalmente aquelas relacionadas à seleção de pessoal. No final da década de 50, aqueles que trabalhavam em Psicologia como professores universitários da disciplina, ou os que aplicavam os conhecimentos desta ciência em instituições como o SENAI, o SENAC, o ISOP no Rio de Janeiro, o OSP em Belo Horizonte e outros institutos, julgaram que era chegado o momento de se regulamentar a profissão de psicólogo no País e de se estabelecer normas para a formação regular desse profissional. Promoveu-se, então, uma verdadeira campanha, junto ao Congresso Nacional, no sentido de se aprovar Lei que regulamentasse a profissão e estabelecesse a respectiva formação.
Como período profissional, a psicologia inicia-se no Brasil em 27 de agosto de 1962, com a lei que regulamenta a profissão e formação do psicólogo brasileiro, e em 1974 a criação do primeiro Doutorado em psicologia na USP. Começam a surgir os primeiros trabalhos sobre psicologia, revistas relacionadas à ciência.
Na Bahia, teve que ser muito discutida e tensa a proposta da instalação do primeiro curso de psicologia, até que em 1968 foi criado o curso de psicologia da UFBA, dez anos após ter sido fundado o primeiro curso no Brasil, em São Paulo. Várias hipóteses podem ser levantadas para responder a essa demora, preconceitos e reserva de mercado são alguns deles.
A psicologia sempre enfrentou problemas adversos na sua estruturação cientifica, não só no Brasil, estudar o homem é muito difícil visto às condições e aspectos que lhe acompanham e formam a sua subjetividade, A oferta de cursos de Psicologia em instituições de ensino superior aumentou 1.150% nos últimos 15 anos. Até a década de 90, apenas duas universidades disponibilizavam o curso, número que cresceu com a proliferação das faculdades privadas, de acordo com dados do Sindicato dos Psicólogos da Bahia. Apesar da alta oferta, a profissão nunca deixou de estar no topo das mais concorridas no vestibular da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Há pelo menos dez anos, o curso de Psicologia sempre aparece entre os quatro mais concorridos na UFBA e, ao longo de 40 anos de existência, formou 4.165 profissionais. Gente que entrou na faculdade cheia de sonhos e se prepara para encarar o difícil mercado de trabalho. Profissionais afirmam que existe ampla área de atuação, mas o principal entrave é a baixa remuneração.
A necessidade atual é que com toda a procura pelo curso e a disponibilidade de algumas instituições, a história e o nome dessa ciência que tanto lutou para chegar onde está não seja, não venha a ser lesada por banalidades de alguns profissionais possivelmente incapacitados.
No artigo “AS ORIGENS DAS DIRETRIZES CURRICULARES PROPOSTAS PELA COMISSÃO DE ESPECIALISTAS EM PSICOLOGIA: um breve histórico”
(YARA NICO e ROBERTA KOVAC)
Elas concluem da seguinte forma: Resgatando brevemente esta história e o papel da Psicologia na sociedade brasileira, percebe-se, como apontaram Pessotti (1988), Maluf (1996) e Patto (1997), uma forte tendência de a prática do psicólogo reproduzir, de forma a crítica, a ideologia dominante, o que o torna dependente de camadas da elite econômica num duplo sentido: de serem seus autores provenientes dessa camada social e, ao mesmo tempo, ser esta prática destinada à elite. Nas últimas décadas, o movimento da Psicologia no Brasil tem questionado o profissional formado e apresentado perspectivas de ensino que permitam uma nova destinação social do trabalho do psicólogo. Para que este trabalho reflita uma atuação genuinamente crítica, a formação deste profissional precisa ter fundamentos teóricos, epistemológicos e metodológicos sólidos, além de profundidade nas relações entre a prática e esses fundamentos. Também é fundamental que as possibilidades de atuação sejam delineadas a partir da análise das necessidades sociais, em vez de reproduzirem o que classicamente tem sido considerado como ocupações dos psicólogos.
ALBERTI, S. - “Um estudo dos discursos de psicologia no século XIX no Brasil”. Dissertação de Mestrado. PUC/RJ, 1981.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL - ORIGENS NACIONAIS - Sonia Alberti
Eder Luis Santana - JORNAL A TARDE
Fonte: Rosângela Passos de Jesus, doutora em Ciências da Saúde.
“AS ORIGENS DAS DIRETRIZES CURRICULARES PROPOSTAS PELA COMISSÃO DE ESPECIALISTAS EM PSICOLOGIA: um breve histórico”
(YARA NICO e ROBERTA KOVAC)
ANTUNES, M. A. M. - A psicologia no Brasil: Leitura histórica sobre sua constituição (2003)